quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dona deste Amor

As luzes do poste de fora entravam pela pequena janela do quarto e iluminava-nos calmamente. Sobre a cama, eu em seu peito. No escuro fechava olhos tentando lembrar-me de quantas vezes senti esse perfume adocicado e enfim decidi não te dizer nada. Tu me beijas a testa, mas eu cansada me mexo de lado e viro o rosto pro outro lado. Tua boca já não é toda minha, as marcas estão nos lábios e todo mundo já sabe por que você chega tarde. Todos sabem que não sou mais dona do teu amor.

Tu aproximas a cabeça para o cafuné no sofá, e eu resignada pela dor de ti amar suspiro com os olhos quase chorosos dando a você esse meu singelo amor. Por quê? Não quer mais, não gosta? Você que tanto fez pra mim e por mim. Mudaste tanto, e eu pareço à mesma. Tu parece ter aprendido a me dominar, e eu gostava disso, mas agora isso se tornou meu pequeno pranto. Onde está meu poetinha que me perguntou na livraria se eu realmente queria amá-lo? E agora que amo o que tu faz com ele, joga no rio. Por favor, não me negue o agrado da noite, não quero chorar como ontem.

Aproxima-te novamente. Eu estou disposta a esquecer de novo tudo mesmo que ninguém esqueça, nem tu. Eu te beijo com o calor daqueles dias, e o agrado a cintura que tu tanto gosta. Eu te conheço tanto, sei tanto o que gosta e o que odeia. Faço tudo pra te agradar, prometo. Desculpa-me pelos primeiros anos. Agora eu sei o quanto doeram em ti, e agora no amor muito mais em mim. Perdoe-me pelos motivos errados, mas me perdoe.

Eu não quero, mas a dor me faz pensar em dançar a valsa com outro. Já não sou dona deste amor.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Quando Pensei na tua Cama

A noite cálida me propaga a tua cama
e em teus beijos me deleito de molhados,
leves, macios e suspirantes, plácidos.
Cansados da vida em pequena e densa trama

Em teias me envolvo perdido, no escuro
procurando de onde fui tão bruscamente atirado
Jogado pela tua valsa de tristes soluços
de amores que transcedem a razão, o absoluto.

E olhando pra dentro de ti percebo,
não com total impeto ou vontade,
que tu querias fazer comigo aquilo.

Querias fazer comigo e com total impeto,
com gran vontade no silência do escondido
mais uma, densa e surtida imaginação perdida.