Sua aparência era de um Guerreiro. Um sulista e suas tradições com os olhos do velho continente, lá pra Portugal, mas sua alma não era daquela terra. Ele sentia dentro dele a correria entre a mata na chuva, o som do pífaro e da zabumba. Ele gostava da rima, da musicalidade, do sotaque nordestino. Gostava da chuva, dos pés no chão gelado, do barulho do banzeiro do rio...
E quando menino sua vó dizia que ele deveria namorar qualquer menina, mas só não podia as pretinhas. Ele já se perguntava, porque? E crescendo olhava pra elas e se perguntava porque não poderia? Porque não podia se era exatamente aquela cor que o encantava...
Me encanta porque eu sou sim, negro e indio. Sou nordestino, sou sulista, sou paulistano, carioquinha... Sou tudo, todas as terras, todas as pessoas, todos os sorrisos. E esse amor, esse amor que eu tenho por mim mesmo e por todos, essa vontade de gritar que as vezes engata na garganta é que vai ser rasgado no meu futuro.
Minha paixão, cultura.
Pessoas, vida.
Alegria, choro divido.
Minha pessoa, todas.
Não posso te salvar de nada, mas posso dividir tudo o que vivo com você. Quer?
Boa noite, Isaac de Paula Guerreiro.