quarta-feira, 4 de maio de 2011

Laysa

Eu ainda lembro de você passando por mim, fingindo que nada viu. Entrando na loja sorrindo pra atendente, virada de costas até sair passando o olho ao longe e caminhar. Levantei-me devagar te acompanhando com os olhos até perceber que você não ia voltar. Como quis chorar. Como quis esquecer que haviam pessoas ao redor de mim, ou simplesmente encontrar um canto qualquer escuro pra me jogar. Nessas horas parece que tudo é iluminado, todo canto escuro vira apenas um lugar visivel e feliz. E eu corri dali até encontrar uma cama e dormir sem hora pra acordar.

Passei alguns dias apático a tudo fingindo que nada acontecera. Até que numa noite acordei com o peito ardendo, e olhando pela janela a chuva cortando a luz dos postes chorei uma única lágrima, uma única lágrima dolorosa e amarga. Eu deveria te perguntar mas ainda não é hora. Eu não conseguiria formular um porque, um saber, um olá. Mas sei que o tempo curva meu pavor a uma simples historia triste. E este é o papel desta pequena obra, transformar minha dor em folha escrita. Talvez você apenas sorrie cinicamente pra tudo isso, mas saiba que eu simplesmente ainda acredito em ti.

domingo, 1 de maio de 2011

Leões Choram

Essa frase está em sanscrito,

é de um latim plebeu

é uma peça de Vivaldi,

um conto de cartomante.


E daquele signo do sol

esperando sentado

enquanto enxerga a presa

bebendo na beira d'agua


E a carta virada,

o oráculo biblico,

foi uma gota salgada

naquele mar estático.


Acertou meu calcanhar

pintei a tela à sangue

ganhei a cartola do Casmurro

e chorei a estrela da luz.

Conversa

Quando a tristeza amarga o coração..
e a individualidade atinada me cobre
Eu começo a pensar em desatinos..
e meios de me sentir bem pelo menos a curto prazo..
com a desgraça planejada de alguém.