domingo, 18 de julho de 2010

A Madrugada

Num suspiro cálido e quente a madrugada espera
observa cansada, e de todo o lugar, o menino-da-madrugada
sentado ao chão gelado, da frieza do mármore desperta na alma
A lânguida imagem de um poeta em suspensa calma

Ele ergue a mão, uma garrafa. Na outra uns papéis pasteis
A meia cor se vê neles a tinta e as folhas amareladas
Os tons negros, as sombras, consomem seu único habitat
O longo, enebriante e depressivo inverno manauara

Mais um suspiro, e o amanhecer vêm chegando saluto
Pesando aos pecadores que da reza matutina acordaram num sobressalto
E que Deus não abençoara os vagabundos e prolixos que vivem na madrugada

Entretanto nos primeiros raios os olhos meio caídos lembram-se de tudo
O vinho desce pela garganta cortando o sabor amargo da boca e vê sorrindo
mais uma carta sincera, mais outra a qual o poeta dará de alma a madrugada.

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